UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Disciplina Optativa: Arte e modernidade nos séculos XIX e XX.
Profa. Adriana Romeiro
“Quem sabe se a verdade não é triste” (Renan)
Apresentação: Este curso pretende refletir sobre o impacto da modernidade na produção artística do século XIX. Abordar-se-á os principais artistas e pensadores que se opuseram aos valores burgueses, destacando o processo de recusa através da arte e a criação de paraísos artificiais. O curso terá como eixo a obra a obra de Nietzsche, Baudelaire, Manet, Rimbaud, Van Gogh, Gauguin, Edgar A. Poe, Huysmans, entre outros. O advento da modernidade e o triunfo da burguesia levaram estes artistas e pensadores a buscar na marginalidade a única possibilidade de resistência. É por esta razão que se assiste, a partir do Romantismo, o nascimento do artista maldito, que se põe em fuga desesperada fosse em direção ao exotismo das terras distantes, fosse ao recurso às drogas e ao álcool, fosse pelo desprezo à banalidade burguesa, o princípio de luto presente, por exemplo, na obra de Manet e Baudelaire.
Metodologia: exibição de imagens, análise de textos, seminários e aula expositiva.
Avaliação: Está prevista a realização de três avaliações, distribuídas nos seguintes itens: seminário, fichamentos e prova final. A frequência é indispensável à aprovação final; os alunos que excederem o total de faltas permitido serão automaticamente reprovados. As faltas serão abonadas somente mediante a apresentação de atestado médico.
Datas de avaliação. Serão decididas em sala de aula. As datas são improrrogáveis.
Entrevistas: Os alunos interessados em dirimir dúvidas ou esclarecer problemas relacionados com a disciplina poderão marcar uma entrevista com a professora em horário a ser definido em sala de aula. Contatos também podem ser feitos pelo E-mail: adriana.romeiro@uol.com.br.
Conteúdo:
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA E DO PROGRAMA (1ª. SEMANA)
I. INTRODUÇÃO À MODERNIDADE
HAUSER, A. História social da literatura e da arte. São Paulo, Mestre Jou, 1973, Tomo II, Capítulo IV: O impressionismo (pp. 1047-1112).
II. MARQUES DE SADE
SADE, Marquis de; CARPEAUX, Otto Maria; ACCIOLY, D. Justine, ou, Os infortúnios da virtude. Rio de Janeiro: Saga, 1967.
ROUANET, Sérgio Paulo. O desejo libertino entre o iluminismo e o contra-iluminismo ? Sergio Paulo Rouanet. In NOVAES, Adauto. Desejo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
III. ROMANTISMO
BAUDELAIRE, Charles; HADDAD, Jamil Almansur. As flores do mal. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
PRAZ, Mário. A carne, a morte e o diabo na literatura romântica. Campinas: Ed. Unicamp, 1996.
IV. IMPRESSIONISMO
Berman, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo, Companhia das Letras, 1986. Capítulo III: Baudelaire: o modernismo nas ruas, pp. 127-165.
COSTA, Alexandre Araújo. O olho que não se vê. In: http://www.arcos.org.br/artigos/cartografia-da-racionalidade-moderna/2-o-olho-que-nao-se-ve/
V. MANET, O PINTOR DA VIDA MODERNA.
COLI, Jorge. “Manet: o enigma do olhar”, in Adauto Novaes, O
olhar, São Paulo, Cia. das Letras, 1990.
VI. PARAÍSOS ARTIFICIAIS
BAUDELAIRE, Charles. Paraísos Artificiais – O haxixe, o ópio e o vinho. Ed. L&PM Pocket (1998) São Paulo, SP.
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas III: Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1991.
VII. NIETZSCHE E A CRÍTICA DA RAZÃO
Nietzsche - leitura a definir.
CAMUS, Albert,. O homem revoltado. 5.ed. Rio de Janeiro ; São Paulo: Record,2003.
VIII. A FALENCIA DO PROGRESSO
VILLIERS DE L'ISLE-ADAM, Auguste. A Eva futura. São Paulo: EDUSP, 2001.
WILSON, Edmund; PAES, José Paulo. O castelo de Axel: estudo acerca da literatura imaginativa de 1870-1930. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967
IX. DÂNDIS, DECADENTISTAS E ESTETAS
BAUDELAIRE, Charles. O pintor da vida moderna. In: (Textos inéditos selecionados por Teixeira Coelho) A modernidade de Baudelaire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
POE, Edgan A. A queda da casa de Usher. In - Histórias Extraordinárias. Rio de Janeiro, Ediouro, 1997.
Huysmans, J.K. Au rebours. Paris: Garnier, 1978 (existe tradução portuguesa)
Wilde, Oscar, O retrato de Dorian Gray. Coleção A obra-prima de cada autor. São Paulo, Martin Claret, 1999.
Rimbaud. Uma estação no inferno. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Saúde. S/d.
Leitura indicada:
Estudo comparativo entre os romances “Às avessas”, de Huysmans e “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, de Jacob Isaacc Birer Junior, Fonte: http://www.filologia.org.br/cluerj-sg/anais/ii/completos/mesas/13/jacobisaaccbirerjr.pdf
X. PAUL GAUGUIN: FUGA PARA O TAITI.
MILLIET, Sérgio. Marginalidade na pintura moderna. Coleção Departamento de Cultura. São Paulo XXVIII, 1942, Capítulo VIII: O século XIX.
GAUGUIN, Noa-noa. Lisboa: Max Limonade, 1982.
MILLIET, Sérgio. Marginalidade na pintura moderna. Coleção Departamento de Cultura. São Paulo XXVIII, 1942.
XI. VAN GOGH, O MALDITO
VAN GOGH, Cartas a Theo. Porto Alegre: LP&M, 1989.
COLI, Jorge. Van Gogh: a noite estrelada. Coleção Encanto Radical. São Paulo, Brasiliense, 1985.
26 de fevereiro de 2010
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